domingo, 26 de fevereiro de 2012

TODO MUNDO QUERENDO APROVAÇAO DA VAQUEJADA

Uma discussão sobre a vaquejada invade as redes sociais
Uma discussão invade as redes sociais: a vaquejada. Políticos, ambientalistas e outras pessoas, que não devem conhecer de fato a vaquejada, estão fazendo movimentos contra o esporte, a cultura e essa grande fonte de renda.

Preocupa-nos e até nos envergonha ver quem em pleno ano eleitoral, políticos como o vereador João Alfredo, que aparece numa foto com um cartaz contra a vaquejada, e que infelizmente, dizem que será candidato a prefeito de Fortaleza (CE), estão engajados numa luta pelo fim da vaquejada. Será que a carência nos hospitais, as drogas, a falta de alimentação e moradia, e a assustadora falta de segurança são menos importantes?

Pois bem, a vaquejada vai além da discussão dos maus tratos aos animais. Repare: segundo dados da ABVAQ (associação brasileira de vaquejada) acontecem anualmente cerca de mil vaquejadas do brasil. uma média de 19 eventos por semana. Dessas, sessenta tem premiação superior a 100 mil reais. o que gira cerca de meio bilhão de reais por ano. São cerca de 100 mil empregos diretos e mais de 500 mil indiretos. Calcula-se ainda que aproximadamente seis milhões de pessoas frequentam eventos de vaquejada no país. e quando falamos no mercado de cavalos, é reconhecido que os maiores consumidores de cavalos da raça quarto de milha no Brasil (a mais usada em vaquejadas) são as equipes de vaquejada. Para se ter uma idéia, na última vaquejada oficial da ABQM (realizada em outubro de 2011) participaram mais de 700 cavalos. E estamos falando aqui apenas de cavalos registrados na associação. Cavalos que são comercializados por até centenas de milhares de reais, recebem um tratamento especial, a melhor alimentação, o melhor transporte e acomodação, acompanhamento médico. Os bois numa vaquejada têm que ser bem tratados. a boiada tem que ser saudável, forte e gorda, afinal, depois essa mesma boiada vai para os frigoríficos, para serem abatidas e levadas para nossas mesas, como alimento. As regras da ABQM proíbem o uso de qualquer equipamento que cause ferimento nos animais. Com a regularização do esporte, essa regra deverá prevalecer em todos os eventos.

Muitos questionam a derrubada do boi. o impacto é amortecido pela areia da pista, forrada com, no mínimo, 50 cm de areia. E nessa mesma pista podem cair o cavalo e o vaqueiro. Lembrando que na maioria dos casos, o boi só corre uma única vez.

Concordamos que existem ainda atitudes de certos vaqueiros com os animais, que podem e serão corrigidas. a proposta não deve ser acabar com a vaquejada, mas sim, formar parcerias, para que não existam maus-tratos. Quem hoje é contra a vaquejada, deveria unir forças com os que lutam pelo reconhecimento dela, para fazer uma vaquejada ainda melhor, pois precisamos regulamentar os eventos, unificando as regras, e cobrar dos promotores o cumprimento delas. O que queremos é segurança, bons tratos aos animais e a manutenção desse esporte, que é o único esporte equestre criado no Brasil, e que já é o maior deles, além de ser cultura nordestina e importante fonte de renda.

Por conta do preconceito que ainda existe, a vaquejada só não cresce mais por falta de apoio. A ausência de investimentos financeiros faz com que os próprios atletas tenham que financiar o esporte, que é caro, muito caro. pois além dos cuidados com os cavalos, que já falamos aqui, há despesas com funcionários, viagens, pagamentos de inscrições, etc.

Talvez por ser do nordeste exista tamanho preconceito. Pois, como é que um evento como o carnaval carioca, por exemplo, têm veiculação nacional, patrocinadores de peso? Tudo bem é um evento cultural, o samba e o carnaval são da nossa cultura e nós respeitamos isso demais. Mas vocês recordam o envolvimento dos bicheiros com as escolas de samba? Sem contar que hoje, o que mais se vê nos desfile são mulheres seminuas, uma apologia ao sexo sem barreiras, e tudo isso passa na televisão em qualquer horário. E o que dizer de dois seres humanos se esmurrarem, sangrarem, de forma cruel na chamada luta livre, hoje tão divulgada e aplaudida pelos brasileiros? Isso não é apologia a violência?

Acabar com a vaquejada é acabar com tudo isso que falamos aqui, emprego, renda, turismo, cultura, e os laços de família, pois essa tradição passa de geração pra geração, há centenas de anos. Tradição que une a família, distanciando os jovens das drogas e fomentando o respeito entre pais e filhos. Afinal, a base da boa educação vem da família, e da criação.


Texto: Egilson Teles e Maryna Araujo

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