quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A VAQUEJADA PERDE UM IDOLO E UMA ATRAÇÃO

O filho do boi carrapeta deixa triste o parque J. Galdino-PE

Vaqueiro acostumado a derrubar boi, por maior que o bicho seja, sempre tem uma força ou jeitinho a mais e termina colocando o danado no chão. Mas com o Boi Carrapeta,  qualquer vaqueiro, pequeno, grande, forte, magro, qualquer que fosse, sempre seria o mocinho nas histórias de gado, porque o carrapeta nunca caiu, nunca foi botado no chão em mais de vinte anos. De tão danado que ele era, deixou um herdeiro, o Carrapetinha.
Com a mesma genética, velocidade e prazer em dar trabalho a vaqueiro, igual ao pai, Carrapetinha correu nas pistas do Parque J. Galdino por dezessete anos, botou medo em competidor, desafiou vaqueiro e deu orgulho à torcida que vibrava a cada apresentação. Há cerca de três anos, o boi sofria de câncer e não corria mais, apenas se apresentava, no domingo, durante a vaquejada de setembro. Na tarde desta terça-feira, 15, ele morreu e deu descanso aos vaqueiros que morriam de medo do bicho. Afinal, todo vaqueiro é ‘cabra arrochado’ e não quer perder a fama. Mas, o Carrapetinha vai deixar saudades. Ele, seguindo os passos do pai Carrapeta, ajudou a perpetuar a cultura nordestina.
O Boi Carrapeta, falecido em 1996 é conhecido de uma ponta a outra da nossa região. Já foi homenageado em cantoria, cordel, e virou sucesso com uma música da dupla Sirano e Sirino. O povo do Nordeste gosta de cultura, de sentar na calçada e contar o que se passou no dia anterior, de rir da queda do vaqueiro que não passou nem perto do rabo do boi. Como transmitir os costumes através de gerações é o que mais os Galdinos sabem fazer, a gente torce para que o neto do Carrapeta, filho do Carrapetinha, que tem apenas três anos e ainda não corre, cresça logo e cresça bravo e valente, pra continuar botando medo na vaqueirama e dando alegria ao povo do Nordeste.
A família Galdino, lá de Surubim no Pernambuco, é responsável por manter a tradição cultural no esporte vaquejada, e realiza, a mais de 73 anos a festa de gado do Parque J. Galdino, mostrando aos milhares de visitantes mais do que boi caindo na faixa, locutor dizendo que o boi valeu e forró. Nas tardes de domingo sempre tem um boi correndo que vaqueiro nenhum derruba.

 

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